A Prefeitura de Aracaju, dando continuidade ao monitoramento dos recursos hídricos da região de intervenção para a construção da avenida Perimetral Oeste, realizou nesta segunda-feira, 20, a terceira coleta de amostras de água do Riacho do Cabral. A ação acontece a cada seis meses e tem como objetivo verificar a qualidade da água antes, durante e depois de toda a obra. A avenida Perimetral Oeste está sendo construída em quatro etapas e o Riacho do Cabral fica localizado na primeira delas, em um local onde está sendo erguida uma ponte que ligará os bairros Bugio e Soledade, pelo loteamento Rosa do Sol.
O trabalho de coleta foi feito pela equipe da Nippon/Cobrape, empresa supervisora de obras. Em dois pontos específicos, na montante e na jusante do riacho, foram coletadas amostras da água para a análise da qualidade e dos aspectos físicos, químicos e microbiológicos. De acordo com a engenheira florestal da Secretaria Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplog), Heloísa Thaís, coordenadora ambiental do Projeto da Perimetral Oeste, todas as análises geram um relatório que é enviado ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), instituição que está financiando toda a obra da construção da avenida Perimetral Oeste, além de outros órgãos ambientais. Ela explica que, dentro do próprio processo do licenciamento, existe a condicionante de análise e monitoramento da qualidade do recurso hídrico.
“Antes mesmo da obra iniciar foi feita uma análise da água, e ao longo da construção, da primeira etapa, onde fica o Riacho do Cabral, a gente vem realizando também esses monitoramentos semestrais. E o que a gente pode constatar é que a obra não vem gerando grandes impactos no recurso hídrico. Essas análises do monitoramento também fazem parte do nosso Programa de Gerenciamento Ambiental e Social, ou seja, todas as obras financiadas pelo BID compõem esse programa. Por isso a gente diz que as obras do BID são para fazer uma Aracaju mais sustentável, visando realmente aspectos ambientais e sociais, não apenas uma obra em si, mas que todos esses aspectos possam estar interligados, trazendo a sustentabilidade do programa”, declarou.
A coleta foi acompanhada pela engenheira ambiental Luciana Pivelo, analista ambiental sênior da Nippon/Cobrape. Segundo a engenheira, o principal aspecto analisado sobre o impacto da obra é a quantidade de sólidos suspensos, que altera a qualidade e a turbidez da água. “Nas amostragens anteriores, não foi indicada nenhuma alteração do corpo hídrico pela obra. A única interferência que tem, normalmente, é de lançamento irregular de esgoto doméstico. Então a gente faz sempre um monitoramento no tempo da chuva e no tempo da seca. No tempo da seca, como é esse período agora, sempre os parâmetros dão muito mais alterados, porque tem menos água para diluir. Mas a obra, até o momento, não tem impactado na qualidade da água”, afirmou.
Perimetral Oeste
Uma das maiores obras do Programa de Requalificação Urbana da Prefeitura de Aracaju, a avenida Perimetral Oeste terá 7,5 km de extensão. A via ligará os municípios de Aracaju a Nossa Senhora do Socorro, passando por cinco bairros e buscando trazer soluções para a mobilidade urbana, reduzir o tempo de viagem entre os bairros e fomentar o desenvolvimento da região através da melhoria da sua infraestrutura geral.
Antes mesmo do início da construção foram realizados diversos estudos prévios, como o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), Licenciamento Ambiental e Relatório Ambiental Simplificado (RAS). A Prefeitura também produziu um Inventário Florestal e possui as Autorizações Ambientais necessárias, incluindo a de supressão vegetal, para a construção da avenida, além de realizar o monitoramento dos recursos hídricos presentes no eixo de intervenção da obra.
Como contrapartida ao financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Prefeitura de Aracaju implantará ações de recuperação e compensação ambiental, tais como os estudos para a criação da Unidade de Conservação da Natureza na Zona Norte do Município de Aracaju – UC Lamarão, sobre a qual a Prefeitura coletou contribuições de moradores através de consultas públicas, já que a unidade busca a preservação aliada ao uso sustentável dos recursos pela comunidade. A Unidade de Conservação (UC) adotará a modalidade ‘Área de Relevante Interesse Ecológico’, com área de aproximadamente 1.000.028 m², às margens do Rio do Sal, na divisa com Nossa Senhora do Socorro.
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Fotos: Sérgio Silva/Secom