Cerca de 84% das famílias que tiveram seus imóveis impactados pela obra da avenida Perimetral Oeste já foram indenizadas ou inseridas no bônus-moradia pela Prefeitura de Aracaju. De junho de 2022 até maio deste ano, 340 famílias já encontraram a resolutividade para os seus casos, sendo 155 por indenização, totalizando quase R$ 14 milhões já pagos; e 185 encaminhadas para reassentamento e inseridas no benefício do bônus-moradia, cujo montante pago já se aproxima dos R$ 550 mil. Até o final do projeto, está previsto um investimento aproximado de R$ 24 milhões na compensação financeira das famílias indenizadas.
“Nossa preocupação é a reposição de moradia, ou seja, queremos que aquela família tenha um imóvel regular ao final desse processo. Se o imóvel que ela está deixando, que muitas vezes não possui escritura, tem valor que não permita ao morador adquirir um novo imóvel escriturado, é feita a proposta de reassentamento. Ao dar o aceite, essas famílias são cadastradas para o recebimento de uma unidade habitacional nova e escriturada no conjunto residencial Lamarão, que está sendo construído e, até lá, são inseridas no bônus-moradia, que é um benefício mensal temporário pago pela Prefeitura de Aracaju”, explica a coordenadora social da Unidade de Coordenação do Programa de Requalificação Urbana (UCP), Rosária Rabelo.
Tiago Santos de Melo é um dos moradores indenizados e revela que já adquiriu uma nova casa utilizando o valor recebido. “A avenida vai ser um benefício para a população. Ter que sair é a parte difícil porque a gente se acostuma com a moradia. Foi minha primeira casa; construí do jeito que queria. Mas não podemos esquentar a cabeça. Comprei uma casa no Bugio com o dinheiro da indenização, que completei. Foi melhor do que financiar. Agradeço a Deus por ter dado tudo certo”, comentou.
Dona Zélia Soares da Mota também foi indenizada e acredita que a avenida vai valorizar bastante o bairro em que mora. “Tenho certeza que a obra vai ficar muito bonita e vai ser muito boa para o Bugio”, opina a moradora.
Daniele Jesus é uma das moradoras do bairro Soledade que deram o aceite no reassentamento. De acordo com ela, quando comprou o terreno no loteamento Rosa do Sol não sabia que a área seria desapropriada, mas ficou feliz com a surpresa que teve.
“A localidade onde eu morava não era muito adequada para os meus filhos porque minha filha tem alergia, vivia no repelente por causa dos mosquitos, cheia de feridas. Eu me sentia entristecida por esse motivo. Mas agora as coisas melhoraram. A gente não mora mais ali, está no bônus e vai receber uma casa com escritura, tudo certinho. Então eu só tenho a agradecer porque isso representa uma melhoria para mim e para os meus filhos”, diz Daniele.
Perimetral Oeste
Enquanto as famílias vão sendo atendidas, a construção da avenida segue em curso. Considerada uma das maiores obras do Programa de Requalificação Urbana de Aracaju – Construindo para o Futuro, a Perimetral Oeste terá cerca de 7,5 km e cruzará cinco bairros [Jardim Centenário, Soledade, Santos Dumont, Bugio e Lamarão], interligando Aracaju ao município de Nossa Senhora do Socorro.
Financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID], o projeto busca levar melhorias à mobilidade urbana da zona oeste da cidade reduzindo o tempo de viagem entre bairros, além de fomentar o desenvolvimento da região através da melhoria da sua infraestrutura de serviços e qualidade de vida da população.
Para que a obra aconteça, no total, está prevista a desocupação de aproximadamente 400 imóveis localizados na área por onde passará a nova avenida. O atendimento a essas famílias vem sendo feito pela empresa Diagonal Social, sob a supervisão da Diretoria de Gestão Social da Habitação da Secretaria Municipal de Assistência Social de Aracaju (Semfas).
O Trabalho Técnico Social realiza o apoio ao reassentamento das famílias impactadas pela obra e o acompanhamento social dessa população, realizando atividades de promoção de direitos e capacitação para desenvolvimento econômico, mantendo uma equipe social multidisciplinar sempre presente junto à comunidade, para entender suas necessidades, receber suas demandas e desenvolver soluções que contribuam para a melhoria dos territórios.